Na última terça-feira (28), o vereador Marcos Vieira participou da reunião da Comissão de Acessibilidade e Pessoa com Deficiência e convidou membros do Instituto Paranaense de Cegos (IPC), com a intenção de relatar as dificuldades que os alunos cegos possuem na locomoção até o centro de atendimento profissional especializado após o cancelamento do transporte direto à instituição que era realizado em parceria com a prefeitura.
Segundo os participantes da reunião, o instituto já possui parceria com o Sistema de Transporte para Educação Especial (SITES), que atualmente transporta oito alunos que necessitam desse direito, entretanto, existem mais oito alunos com essa mesma demanda, totalizando 16 pessoas que precisam que sua locomoção seja garantida por esse transporte.
De acordo com a professora Idamares do IPC, essa é uma medida provisória, sendo que quando a pessoa cega aprende orientação e mobilidade, o próprio Instituto Paranaense de Cegos se encarrega de fazer seu desligamento da SITES. Entretanto, a diretora do departamento de inclusão da prefeitura, Gislaine Budel, afirmou que a logística não é possível, em função da falta de recursos financeiros, pois, segundo ela, a partir do momento que os oito alunos fossem incluídos nesse sistema, seria necessário que as outras 7 mil pessoas com deficiência na cidade também fossem amparadas dessa forma, ainda que atualmente o SITES já atenda 2.300 alunos de 33 diferentes escolas e instituições com seus 84 ônibus.
Como forma de resolução, foi proposto pela diretora que o instituto recomendasse a rede pública de transporte ou procurasse pelo ônibus ACESSO, o que, segundo Vieira não é viável, principalmente para pessoas com perda de visão recente e para as crianças, que precisam de um tempo de adaptação mais estendido.
Ainda que não tenha sido encontrada uma solução na reunião, Vieira declarou que: “como alguém envolvido com a luta das pessoas com deficiência entendo a necessidade desse meio de transporte e, mais ainda, entendo a frustração que os membros do Instituto Paranaense de Cegos estão sentindo, porém não consigo sentir na pele quais são as dificuldades que essa falta traz”. E reafirmou que: "Independente de tudo, acredito que seja muito importante que a luta continue e que, de alguma forma, ela consiga garantir os direitos dessa comunidade. O mandato continuará defendendo essa causa e sempre estará aqui para ajudar nessas pautas”.
Apesar da resposta sem resolução, o Instituto Paranaense de Cegos alegou que continuará lutando pelos direitos dessa comunidade, além de prestar seu digno serviço para aqueles que necessitam desse suporte.
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