Após inúmeros ataques aos direitos dos servidores públicos de Curitiba que vem ocorrendo desde 2017, como congelamento de planos de carreira, fim de licença-prêmio, aumento da contribuição previdenciária, saque milionário de mais de R$600 milhões do fundo da previdência municipal e mais recentemente a diminuição dos salários com a suspensão do reajuste de 2020, foi aprovada hoje na Câmara Municipal de Curitiba, pela maioria dos vereadores, 27 votos a 9, um novo ataque à previdência do serviço público, incluindo o aumento da idade mínima para aposentadoria, sem qualquer distinção por categorias, maior dificuldade para acesso aos benefícios e aumento da faixa de aposentados e pensionistas que devem contribuir mensalmente, passando para todos que recebem mais de 1 salário mínimo (R$1.100), o que antes era só para quem recebia acima de 6 salários mínimos.
Para o vereador Marcos Vieira (PDT), que votou contrário à proposta, este é um desrespeito aos profissionais que estão na linha de frente num momento tão delicado como o que vivemos. "Precisamos entender quem são os servidores públicos. A maioria são os nossos professores, nossos profissionais da saúde que estão há quase dois anos na linha de frente arriscando suas vidas no combate à pandemia, os assistentes sociais que estão nas ruas, guardas municipais, entre tantos outros. É um desrespeito mais um ataque desses, ainda mais nesse momento de crise. Os servidores precisarão trabalhar por mais anos e depois de aposentados deverão continuar a contribuir, fora os que já estão aposentados que terão seus benefícios reduzidos com essa faixa de contribuição ampliada o que, com certeza, afetará a vida econômica de milhares de pessoas, é inaceitável", declarou.
Outra crítica de Vieira e demais vereadores que votaram contra é pela falta de transparência da proposta, que não foi construída em conjunto, sem haver diálogo, e não apresenta uma reforma da previdência clara, deixando novas mudanças a cargo da aprovação desta alteração na lei orgânica, para, na sequência, vir mais alterações por lei complementar. "Como sempre, os processos não são transparentes. Já foi anunciado que, após essa aprovação, outras alterações chegarão em breve, sem deixar claro o que será", pontuou o vereador.
O projeto de lei será votado novamente em 2º turno dentro de 10 dias antes de sua sanção pelo prefeito.
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